segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Daíse Lima em Crônicas



Foto: Daíse Lima

Um passarinho cantou, cantou, cantou no pé de uvaia as cinco e pouco da manhã. Foi ele o meu despertador. Olhei no relógio: 5:12. Eu ainda teria mais 18 minutos de sono até o pi-pi-pi-pi-pi do celular me acordar. Fiquei deitada ouvindo o show do passarinho até o pi-pi-pi-pi-pi tocar. Me levantei cheia de preguiça. Abri a janela. Tudo escuro. Pouco frio, fiquei feliz. Depois do banho, liguei o rádio e ouvi o moço do tempo dizer que a máxima prevista é de 29° e há possibilidade de chuva no final do dia na capital. Tomara que chova por aqui também. Não custa nada. Estamos precisando.

A Menina choramingou na porta. Ela também acorda muito cedo. Abri a porta, ela me lambeu, chorou de alegria e já pulou logo para a minha cama. Rasgou o meu lençol e comeu a minha escova de dentes. A minha mãe disse que eu tenho que disciplinar a Menina, mas ela não é o primeiro e nem o último cachorro a não me obedecer. Eles não me levam à sério.

Quando saí de casa, a Menina ficou chorando alto no portão. Queria ir comigo. Ela ainda não engoliu a história de que a lagartixa que mora no meu quarto e não paga o aluguel não foi para o trabalho comigo, e eu prometi para ela que essa semana compro uma corrente para levá-la pra passear pelo bairro. Ela continuou chorando. Ela é bem manhosa.

No ônibus tinham vários lugares para sentar. O senhor corintiano já entrou falando alto, discutindo com o senhor careca sobre a derrota do Corinthians. Os meninos lá na frente disseram para ele que o Palmeiras é que é time de verdade, porque ganhou e porque... Aqui eu parei de prestar atenção. Coloquei os meus fones. Essa conversa deles vai longe. O mesmo assunto. Eu não tenho muita paciência para gente que só conversa as mesmas coisas todos os dias. Hoje estou um pouco impaciente. É que estou com dor no meu ombro direito. Muita dor. A tendinite resolveu dar as caras, mesmo sem ser convidada. Estou com sono ainda e quero bolo de cenoura com cobertura de chocolate! 

O ônibus ultrapassou o outro ônibus e vi o céu refletido na janela do que ficou para trás. Achei bonito! Cheio de cores. E o sol tímido saindo de trás dos prédios pintando parte da cidade de vermelho, pintando parte de dourado. Que espetáculo!
A vida segue junto com o ônibus que agora está lotado. Que essa semana seja boa, doce, com cheiro de flor de laranjeira e gosto de bolo de cenoura com chocolate. Que seja boa!


Sobre a Autora

“Eu sou baiana, não gosto de falar a minha idade, mas gosto da primavera, dos ipês amarelos, das flores e dias de chuva, divido o meu pequeno quarto com os sonhos que levo no peito e com os personagens de milhares de histórias que nunca termino de escrever. Não consigo beber nada com 2 canudos e leio revistas e jornais detrás pra frente. Amo cafuné, abraços apertados, amora e dar risadas. Fico em dúvida sobre a minha sanidade mental quando sinto sede ao comer banana. Não escuto quando estou de óculos e perco o equilíbrio quando estou de luvas. Mas, sigo vivendo mesmo assim, apesar de tudo, a vida ainda é tão bonita!”  Daíse Lima

Daíse Lima
Foto: Arquivo Pessoal


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Educador Social "Eu sou de uma terra que o povo padece, mas não esmorece e procura vencer. Da terra querida, que a linda cabocla de riso na boca zomba no sofrer. Não nego meu sangue, não nego meu nome. Olho para a fome, pergunto o que há? Eu sou brasileiro, filho do Nordeste, sou cabra da peste, sou do Ceará." (Patativa do Assaré)

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